terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Destruição da Camada do Ozono


O ozono (03) é um gás azulado da família do oxigénio e resultante da dissociação das moléculas deste último componente gasoso provocada por certas radiações emanadas do Sol.

Embora em muito pequenas quantidades, o ozono existe também na baixa atmosfera, onde pode ser produzido por descargas eléctricas da atmosfera (relâmpagos), o que nos é revelado pelo seu cheiro característico durante as trovoadas. Contudo, ele acumula-se na sua quase totalidade na camada que vai dos 20 km aos 50 km e que, por isso, é designada por camada de ozono. Mas, a designação de "camada de ozono" pretende apenas referenciar a zona da atmosfera onde é maior a sua concentração, tendo-se, portanto, de ter em atenção que, mesmo naquela camada, o ozono ocupa uma parte ínfima do volume do ar.

Apesar da sua reduzidíssima quantidade, o ozono assume um papel fundamental na sobrevivência da humanidade. Com efeito, absorvendo grande parte das radiações ultravioletas (mais de 95%), impede que estas atinjam a superfície terrestre em quantidades demasiado elevadas, o que a acontecer provocaria anomalias nos seres vivos, como sejam o cancro da pele (sobretudo quando os seres humanos se expõem demasiado ao sol sem protecção), deformações, atrofia, etc.

Estudos divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente indicam que a redução de apenas 1% na espessura da camada de ozono é suficiente para a radiação ultravioleta cegar 100 mil pessoas por catarata e aumentar os casos de cancro da pele em 3%. Está provado também que a exposição desmedida aos raios ultravioletas pode afectar as defesas imunológicas do homem e dos animais, dando sinal verde a doenças infecciosas.

Em casos extremos (quantidades muito elevadas), tornar-se-iam mortais pelas graves queimaduras que por elas seriam provocadas. Todas as células acabariam por ser então destruídas, o que impossibilitaria a existência das formas de vida actualmente conhecidas no nosso planeta.

De notar, no entanto, que, em quantidades adequadas (muito pequenas), as radiações ultravioletas são úteis à vida, contribuindo para a produção da vitamina D, indispensável ao normal desenvolvimento dos ossos.

Em meados da década de 80, confirmou-se que o ozono está a ser progressivamente destruído, com a consequente rarefacção da camada onde este importante gás se concentra (camada do ozono).

Essa destruição é provocada por produtos químicos libertados pela actividade humana, especialmente os que contêm cloro e, em particular, os chamados clorofluocarbonetos (CFC), gases constituídos por cloro, flúor e carbono, muito utilizados em frigoríficos, aparelhos de ar condicionado, indústria electrónica, produção de espumas sintéticas usadas no combate a incêndios, artigos de limpeza, etc.

Os CFC podem subir até à estratosfera sem se modificar. Mas, chegando ali, a radiação ultravioleta quebra as suas moléculas e liberta os átomos de cloro, que reagem com o ozono, destruindo-o.

Claro que o enfraquecimento da camada de ozono, facilitando a passagem das radiações ultravioletas, faz com que estas cheguem em maior quantidade à superfície do Globo, com os graves perigos já referidos.

O chamado "buraco do ozono", que designa a camada de ozono muito fina sobre a Antárctida, surge com maior nitidez na Primavera e Outono.




Porém, o perigo já não se restringe ao inóspito e desabitado continente antárctico, onde a falha na camada de ozono é maior porque a movimentação dos ventos acontece em redor do pólo. Em várias outras regiões do planeta, o escudo do ozono também está a ficar mais fino, permitindo a intensificação nada salutar dos raios ultravioletas e novos buracos poderão surgir sobre regiões populosas de qualquer latitude.

Face a esta ameaça, mais de 60 países assinaram, em 1987, o Protocolo de Montreal, comprometendo-se a reduzir em 50% o uso de CFC até finais do ano 1999. Mas, em 1990, na Conferência de Londres, setenta países concordaram em acelerar os processos de eliminação dos CFC, decidindo não a redução mas a paragem total da produção até ao ano de 2000, tendo sido criado um fundo de ajuda aos países em desenvolvimento de 200 milhões de dólares de 1991 a 1993. Os Estados Unidos, Canadá, Suécia e Japão anteciparam essa data para 1995 e a UE decidiu parar com a produção até Janeiro de 1996.

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