quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Aquecimento global mata 315 mil por ano

Fórum Global Humanitário defende investimento 100 vezes maior para fazer face às alterações climáticas.

01.06.2009 | Expresso
Aquecimento global mata 315 mil por ano

A cada ano que passa, 315 mil pessoas morrem em consequência das alterações climáticas. Fome, doenças e catástrofes naturais, resultantes do aquecimento global, são as causas apontadas num relatório do Fórum Humanitário Global, ONG sediada em Genebra e fundada por Kofi Annan, ex-secretário-geral das Nações Unidas.

Os peritos do Fórum calculam que o número de mortes anuais provocadas pelo aquecimento global poderá subir para meio milhão até 2030. O clima afectará o bem-estar de 670 milhões de pessoas (10% da população mundial), contra os actuais 325 milhões.

"Os primeiros a ser atingidos e os mais prejudicados são os mais pobres do planeta, apesar de terem sido os que menos fizeram para provocar o problema", escreveu Annan, num comunicado.

As perdas económicas causadas pelo aquecimento global são de mais de 90 mil milhões de euros por ano, segundo o relatório. Mas poderão alcançar os 215 mil milhões em 2030. De novo, são os países mais desfavorecidos que suportam mais de 90% do impacto económico e humano das alterações climáticas, embora emitam menos de 1% dos gases com efeito de estufa.

Fenómenos tão contraditórios como seca e inundações, desertificação e subida do nível do mar estão no horizonte, e deverão sentir-se de forma mais intensa em África, no Sul da Ásia e nos países insulares. O Fórum explica que estas previsões se baseiam em prognósticos conservadores e que as mais recentes investigações científicas permitem esperar consequências ainda piores e mais rápidas.

Só será possível evitar este cenário se os países mais ricos multiplicarem por 100 os fundos destinados a combater o aquecimento global, garante o Fórum. Em vez dos actuais 283 milhões de euros, teriam de ser 22 650 milhões. "Esta injustiça flagrante deverá ser resolvida na cimeira de Copenhaga", afirmou à Reuters a directora da ONG britânica Oxfam, Barbara Stocking.

Kofi Annan também deposita esperanças nessa reunião de alto nível, marcada para Dezembro. Nela será indispensável, afirma, conseguir "o mais ambicioso acordo internacional alguma vez negociado". A alternativa é "fome, emigração e doenças em massa".

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