quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Orégano: a mais nova arma contra o aquecimento global

Suplementos de orégano adicionados à alimentação do gado ajudam a diminuir a emissão de gás metano na atmosfera





Cientistas procuram meios de diminuir a emissão de metano na pecuária. O orégano pode ser um deles
Cientistas da Universidade da Pensilvânia descobriram que suplementos de orégano na alimentação de bovinos ajudam a reduzir em 40% as emissões de metano em vacas, uma dos conhecidos agravantes do aquecimento global. De quebra, o orégano também aumenta a produção de leite.

O metano é um dos gases responsáveis pelo efeito estufa, uma das causas do aquecimento global – ele ajuda a reter na atmosfera parte da radiação solar refletida pela superfície da Terra e absorvida pelos e dióxido de carbono, e com isso as temperaturas aumentam. Comparado com outro gás-vilão, o dióxido de carbono, o metano tem 23 vezes mais potencial de criar o aquecimento global. E um dos maiores emissores do gás são os animais ruminantes, como bovinos, ovinos, caprinos e cervos – a pecuária responde por 16% das emissões totais de metano no planeta.
O gás é produzido naturalmente pelos animais em um dos quatro estômagos do complexo sistema digestivo. Quando a vaca digere seu alimento, bactérias presentes no rúmen – o maior dos estômagos – fermentam o material para liberar seus nutrientes, e um dos subprodutos é o metano. Quanto mais fibra presente na dieta, maior a emissão de metano.
Mas o orégano, em forma de suplemento adicionado à ração, inibe as bactérias metanogênicas, o que reduz a produção de metano. “Ele aparentemente também inibe outras espécies de bactéria, mas isso não afeta a fermentação global no rumem”, disse Alexander Hristov, autor do estudo.
As oito vacas do experimento produziram um litro e meio a mais de leite do que as que não tomaram o suplemento de orégano. Hristov acredita que isto esteja atrelado ao fato das vacas deixarem de perder de energia com o gás metano, que são cerca de 7% da energia bruta do alimento. Desta forma, elas podem usar a energia que seria usada na transformação do metano para a síntese do leite.
O professor vai continuar seu estudo. Ele pretende fazer testes em outras oito vacas. “O orégano é muito caro para servir de alimento para o gado, vamos estudar os componentes do orégano para que possamos criar um suplemento sintético”.

Hristov disse que alguns compostos presentes no orégano, como carvacrol, geraniol e timol, parecem desempenhar um papel mais importante na supressão de metano. Identificar os compostos ativos é importante porque compostos puros são mais fáceis de produzir comercialmente e mais econômica para os agricultores a usar.
Entre 1968 e 1972, registros mundiais mostram que a temperatura da superfície do mar no Hemisfério Norte recuou 0,3 graus Celsius rapidamente. Isto ocorreu principalmente no Atlântico Norte.
Os cientistas costumavam pensar que esse episódio tinha sido apenas um efeito colateral do lento acúmulo de poluição atmosférica proveniente de carros e usinas de energia, que bloqueou a luz solar.
Agora, pesquisadores descobriram que o aquecimento global foi interrompido em 1970, quando uma onda de frio no norte dos oceanos fez com que as temperaturas mundiais diminuíssem temporariamente.
Cientistas americanos e britânicos examinaram os registros de temperatura de 1968 a 1972 e disseram que a queda brusca de temperatura em 1970 ocorreu ao mesmo tempo que um súbito afluxo de água gelada do Ártico.
Este fluxo de água fresca no Atlântico Norte é conhecido como “grande anomalia de salinidade”, e os cientistas acreditam que o frio nestes oceanos levou a uma diminuição das temperaturas mundiais, resultando em uma pausa momentânea do aquecimento global.
Os pesquisadores constataram a queda de temperatura após eliminar outros fatores que poderiam ter bloqueado a luz solar, tais como cinzas vulcânicas e correntes dos oceanos.
Os resultados da pesquisa são nitidamente contrários a todas as previsões anteriores sobre a diminuição da temperatura nesse período, porque o novo estudo nota que este “impulso” de temperaturas mais baixas pareceu ocorrer devido a variações naturais, ao invés de atividade humana.
Segundo os pesquisadores, a “grande anomalia de salinidade” não tem qualquer relação com o aquecimento global ou o efeito estufa causado pelos seres humanos.
Em contraste, o painel de cientistas do clima da ONU mencionou que a temperatura média mundial aumentou em 0,7 graus Celsius desde a Revolução Industrial. O gelo do mar é feito de água fresca, e por causa dos combustíveis fósseis que emitem dióxido de carbono e, supostamente, das temperaturas mais altas no mundo desde a Revolução Industrial, o gelo marítimo no Ártico pode ter derretido e desaguado no Atlântico Norte devido à atividade humana.
Os pesquisadores que afirmaram que as causas dessa baixa de temperatura foram naturais foram acusados de exagerar evidências que apóiam o aquecimento global. Após uma revisão do estudo, as denúncias foram apuradas e a pesquisa foi liberada. Os cientistas disseram que, na verdade, esse estudo destaca as causas do resfriamento global, e não do aquecimento.
Modelos climáticos
Simulações climáticas mostram que o aquecimento ocorrido de 1910 até 1945 podem ser explicado somente por forças internas e naturais (variação da radiação solar) mas o aquecimento ocorrido de 1976 a 2000 necessita da emissão de gases antropogênicos causadores do efeito estufa para ser explicado. A maioria da comunidade científica está actualmente convencida de que uma proporção significativa do aquecimento global observado é causado pela emissão de gases causadores do efeito estufa emitidos pela actividade humana.
Esta conclusão depende da exactidão dos modelos usados e da estimativa correcta dos factores externos. A maioria dos cientistas concorda que importantes características climáticas estejam sendo incorrectamente incorporadas nos modelos climáticos, mas eles também pensam que modelos melhores não mudariam a conclusão.
Os críticos dizem que há falhas nos modelos e que factores externos não levados em consideração poderiam alterar as conclusões acima. Os críticos dizem que simulações climáticas são incapazes de modelar os efeitos resfriadores das partículas, ajustar a retroalimentação do vapor de água e levar em conta o papel das nuvens. Críticos também mostram que o Sol pode ter uma maior cota de responsabilidade no aquecimento global actualmente observado do que o aceite pela maioria da comunidade científica. Alguns efeitos solares indirectos podem ser muito importantes e não são levados em conta pelos modelos. Assim, a parte do aquecimento global causado pela acção humana poderia ser menor do que se pensa actualmente.
Painel Intergovernamental sobre as Mudanças do Clima (IPCC)
Como este é um tema de grande importância, os govenos precisam de previsões de tendências futuras das mudanças globais de forma que possam tomar decisões políticas que evitem impactos indesejáveis. O aquecimento global está sendo estudado pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). O último relatório do IPCC faz algumas previsões a respeito das mudanças climáticas. Tais previsões são a base para os actuais debates políticos e científicos.
As previsões do IPCC baseiam-se nos mesmos modelos utilizados para estabelecer a importância de diferentes factores no aquecimento global. Tais modelos alimentam-se dos dados sobre emissões antropogênicas dos gases causadores de efeito estufa e de aerosóis, gerados a partir de 35 cenários distintos, que variam entre pessimistas e optimistas. As previsões do aquecimento global dependem do tipo de cenário levado em consideração, nenhum dos quais leva em consideração qualquer medida para evitar o aquecimento global.
O último relatório do IPCC projecta um aumento médio de temperatura superficial do planeta entre 1,4 e 5,8º C entre 1990 a 2100. O nível do mar deve subir de 0,1 a 0,9 metros nesse mesmo período.
Apesar das previsões do IPCC serem consideradas as melhores disponíveis, elas são o centro de uma grande controvérsia científica. O IPCC admite a necessidade do desenvolvimento de melhores modelos analíticos e compreensão científica dos fenômenos climáticos, assim como a existência de incertezas no campo. Críticos apontam para o facto de que os dados disponíveis não são suficientes para determinar a importância real dos gases causadores do efeito estufa nas mudanças climáticas. A sensibilidade do clima aos gases estufa estaria sendo sobrestimada enquanto fatores externos subestimados.
Por outro lado, o IPCC não atribui qualquer probabilidade aos cenários em que suas previsões são baseadas. Segundo os críticos isso leva a distorções dos resultados finais, pois os cenários que predizem maiores impactos seriam menos passíveis de concretização por contradizerem as bases do racionalismo económico.
Convenção-Quadro Sobre Mudanças Climáticas e o Protocolo de Kioto
Mesmo havendo dúvidas sobre sua importância e causas, o aquecimento global é percebido pelo grande público e por diversos líderes políticos como uma ameaça potencial. Por se tratar de um cenário semelhante ao da tragédia dos comuns, apenas acordos internacionais seriam capazes de propôr uma política de redução nas emissões de gases estufa que, de outra forma, os países evitariam implementar de forma unilateral. Do Protocolo de Kioto a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas foram ratificadas por todos os países industrializados que concordaram em reduzir suas emissões abaixo do nível registrado em 1990. Ficou acertado que os países em desenvolvimento ficariam isentos do acordo. Contudo, President Bush, presidente dos os Estados Unidos — país responsável por cerca de um terço das emissões mundiais, decidiu manter o seu país fora do acordo. Essa decisão provocou uma acalorada controvérsia ao redor do mundo, com profundas ramificações políticas e ideológicas.
Para avaliar a eficácia do Protocolo de Kioto, é necessário comparar o aquecimento global com e sem o acordo. Diversos autores independentes concordam que o impacto do protocolo no fenômeno é pequeno (uma redução de 0,15 num aquecimento de 2ºC em 2100). Mesmo alguns defensores de Kioto concordam que seu impacto é reduzido, mas o vêem como um primeiro passo com mais significado político que prático, para futuras reduções. No momento, é necessária uma analise feita pelo IPCC para resolver essa questão.
O Protocolo de Kioto também pode ser avaliado comparando-se ganhos e custos. Diferentes análises econômicas mostram que o Protocolo de Kioto pode ser mais dispendioso do que o aquecimento global que procura evitar. Contudo, os defensores da proposta argumentam que enquanto os cortes iniciais dos gases estufa têm pouco impacto, eles criam um precedente para cortes maiores no futuro.

O Desmatamento Ilegal da Amazônia

A Amazônia, que antes era um terreno florestal que abrigava inúmeras espécies de animais, aves e índios; transformou-se em uma área destinada à agropecuária, produção de grãos e centro urbano. Estima-se que, se nenhuma providência for tomada, em 40 anos a Amazônia estará totalmente desmatada.

Muitas pessoas já foram vítimas de grande violência por tentarem defender a terra, os índios Manokis, por exemplo, foram expulsos do seu território e outros 170 povos que ali residiam. Tudo começou em 1970, quando a ditadura militar decidiu ocupar o território para não correr o risco de perdê-la. Milhares de pessoas, de todos os lugares do país, chegavam para trabalhar nas terras, mas a maioria morria ou voltava para a terra natal por falta de recursos. Os que conseguiram permanecer nas terras fizeram queimadas para cultivar seu alimento.

Havia e ainda há vários fazendeiros e especuladores interesados em apropriar-se de um pedaço de terra da Amazônia e isso, além de desmatar o que formalmente deveria ser preservado, provoca várias mortes, pois a busca incansável por terras os leva a cometer crimes ambientais e contra a vida humana.

Algumas empresas renomadas também participam da destruição da Amazônia, pois ao comprarem matéria-prima ou qualquer tipo de material ilegal contribuem para que essa ação seja continuada e o ambiente altamente prejudicado. Sem falar que a floresta ameniza o aquecimento global, retendo e absorvendo o dióxido de carbono, limpa a atmosfera, traz circulações de águas, entre outros benefícios que estão sendo inibidos por pessoas sem escrúpulos.
É necessario que medidas rígidas e severas sejam tomadas para o bem da nação e da vida humana, que necessita da Amazônia para amenizar o estrago feito pelo homem.

sábado, 10 de abril de 2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Aquecimento Global

Até cerca de cinqüenta anos atrás, havia uma crença, mais ou menos generalizada, rubricada pelo empirismo lógico, corrente epistemológica hegemônica na época, que a arena apropriada para avaliar a veracidade das teorias científicas nas ciências naturais era delimitada pelo chamado contexto da justificação. Vale dizer que tanto os critérios de verificação (Hempel) como os de falsificabilidade (Popper) envolviam operações essencialmente internas ao sistema da ciência.

Nesta ótica, a validação das teorias era um processo que não poderia sofrer nenhuma injunção social, política, econômica ou de qualquer outra natureza, fatores estes que se consideravam completamente irrelevantes na retificação ou ratificação dessas teorias. Estes e demais fatores pertenciam à jurisdição do contexto da descoberta, externo ao julgamento epistemológico das teorias científicas.

Essa situação se modificou após a aparição do texto de Kuhn no início da década de 60 e, mais tarde, com a evolução das disciplinas ligadas ao campo denominado de "Estudos Sociais da Ciência". Atualmente fala-se (ou se recusa a falar) na "guerra das ciências" , entre os "realistas" que ainda acreditam na objetividade e independência dos fenômenos estudados pelas ciências naturais e os "construtivistas" que acreditam na "construção" desses fenômenos, isto é, a noção que o conhecimento científico é uma criação humana realizada com os recursos materiais e culturais, e não a revelação de uma ordem natural e independente da ação humana. Entre estes dois limites se situam vários contextos epistemológicos, entre as quais o da Sociologia do Conhecimento Científico.

De qualquer modo, mesmo sem entrarmos nesta "guerra", pode-se observar que quando as observações, experimentos e teorias não são suficientes, ou são contraditórios, abre-se um vazio ou um espaço que é preenchido por fatores extra científicos para colocar um fechamento nos debates.

Isto significa que quando existe um dissenso ou incerteza entre os próprios cientistas num determinado setor, o espaço aberto pela subdeterminação das teorias propostas abre um campo fértil para a intromissão de fatores externos sejam eles políticos, econômicos, sociais ou mesmo éticos. Isto se torna tanto mais evidente quanto maior é o alcance e impacto econômico, social e político do campo de fenômenos estudados. A pergunta que importa fazer é então: "Como se tomam decisões que devem supostamente ser baseadas em conhecimento científico antes que haja um consenso científico?"

Ora, o exame de um fenômeno climático de alcance planetário e de enorme importância para as gerações futuras pode ilustrar o que foi dito acima.Trata-se do aquecimento global do planeta causado por um aumento dos gases chamados "de estufa", principalmente o C02, que bloqueiam a irradiação do calor de volta, da Terra, para o espaço. O aquecimento global é um fenômeno natural, mas cuja cota de exacerbação antropogênica (emissões de gases produtos de combustíveis fósseis, principalmente carvão e derivados de petróleo, de indústrias, refinarias, motores etc.) tem sido amplamente discutida. A previsibilidade e o grau do aquecimento global, inclusive as suas conseqüências, envolvem questões complexas sobre as quais os próprios especialistas ainda não formaram um consenso. Esta complexidade imbrica questões de ordem científica (previsões de mudanças climáticas), econômica (custos dos prejuízos e custos da prevenção destas mudanças) políticas (pressões de lobies interessados e conseqüências eleitorais das medidas econômicas propostas), éticas (deve a geração atual pagar a conta do aquecimento global para evitar suas conseqüências desastrosas para as gerações futuras?). Para analisar a problemática do aquecimento global realizaram-se várias conferências internacionais e um acordo foi proposto em 1997, o Protocolo de Quioto.

Em termos objetivos as projeções obtidas por modelos simulados pelos especialistas em comutadores prevêem um aumento de temperatura média no planeta entre 1.40° C e 5.8° C no final do século XXI. As conseqüências desastrosas deste aquecimento incluem, em geral, um clima mais quente e mais úmido com mais enchentes em algumas áreas e secas crônicas em outras. O aquecimento dos mares provocará um aumento do nível dos oceanos e conseqüente inundação de certas áreas litorâneas e a desaparição de certas geleiras. A umidade e o calor provocarão um aumento do número de insetos com o correlato aumento de algumas doenças por eles transmitidas, como a malária. É prevista uma redução das colheitas na maior parte das regiões tropicais e subtropicais onde a comida já é escassa. Como se isto não bastasse, haveria um decréscimo da água disponível e, por outro lado, maior risco de enchentes em determinados locais. Como resultado, as partes mais pobres do globo serão as mais vulneráveis pela sua escassa capacidade de Adaptação. Estas pelo menos são algumas das conclusões do Terceiro Relatório do IPCC.

O Protocolo de Quioto (1997) estipula que as emissões de poluentes causadores de aquecimento global deverão começar a ser reduzidas entre 2002 e 2012 em média 5.2% em relação aos níveis de 1990. Isto equivale a uma redução de 42% no nível atual de emissões. Foi também aprovado o chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, MDL, através do qual os países que precisam reduzir suas emissões podem comprar direitos dos países que têm créditos porque não emitiram o que teriam direito. Para entrar em vigor o protocolo precisa adquirir força legal, e para isto, precisa ser ratificado por pelo menos 55 países. É, porém, exigido que nesse grupo, estejam aquelas nações responsáveis por, no mínimo, 55% das emissões de gases. Como os Estados Unidos são responsáveis por cerca de mais de 30% das emissões, a sua omissão em ratificá-lo pode acarretar um bom atraso, uma vez que dos restantes 70% das emissões, países responsáveis por 55% precisariam ratificá-lo, isto é, praticamente a totalidade. Em verdade, praticamente, os Estados Unidos pouco precisam para dispor do poder de veto nesse protocolo.

A problemática do aquecimento global "aquece" também vivas polêmicas em torno de seus prováveis efeitos. Um pesquisador dinamarquês, Lomborg, escreveu uma obra com mais de mil páginas e milhares de notas em que faz uma análise dos dados ambientais. Suas conclusões contrariam as previsões usualmente mais pessimistas de seus colegas, inclusive do IPCC. O livro de Lomborg causou uma enxurrada de críticas, algumas dirigidas à sua própria competência. A polêmica no âmbito da pesquisa científica envolve também enorme interesse econômico (o Instituto Americano de Petróleo avalia o custo de cortar as emissões de gases de acordo com o Protocolo de Quioto entre 200 a 300 bilhões de dólares por ano), e conseqüente intervenção de potentes lobis econômicos ligados às indústrias poluidoras. O custo do corte das emissões, de outro lado, aumentaria o preço de determinados produtos e certamente influenciaria negativamente boa parte do eleitorado norte-americano. Em verdade as equações custo-benefício da aprovação do Protocolo de Quioto variam de país a país, mas é inevitável que a carga maior deve cair sobre o país que mais polui que são os Estados Unidos.

Voltamos aqui ao ponto inicial deste pequeno texto, isto é que o tempo da decisão política é muitas vezes mais escasso que o tempo da decisão científica a partir do consenso. No caso da problemática do aquecimento global isto ficou óbvio na decisão do presidente Bush, o ano passado, de não ratificar o protocolo de Quioto, e após 11 meses, propor um plano alternativo.

Malgrado a evidência científica a favor de providências imediatas para reduzir a emissão de poluentes tenha sido convincente para a maioria dos pesquisadores, algumas vozes influentes exprimiram o ponto de vista contrário. É possível que pesquisas futuras, com simulações climáticas feitas por computadores mais poderosos e a obtenção de dados mais precisos, possam contribuir para o "fechamento" da questão no registro científico. De algum modo, parece que o "tempo" científico desta questão ainda não maturou suficientemente.

Mas o "tempo" político do Presidente Bush e seus partidários "fecha" nas próximas eleições presidenciais onde os lobis financiando a campanha, e o eleitor norte-americano votando, decidem para quem vai o poder.

Aproveitando-se de uma possível indeterminação científica na problemática do aquecimento global e premido por circunstâncias econômicas e políticas o presidente da mais potente nação do planeta toma uma decisão que poderá favorecer a economia de seu país em curto prazo mas que, possivelmente, irá causar enorme prejuízo e sofrimento, em escala planetária, às futuras gerações.

Como o aquecimento global vai afetar o Brasil ( ja esta afetando)


E que medidas o país precisa adotar agora para amenizar os impactos negativos das mudanças climáticas


As mudanças climáticas já se impõem como um dos principais desafios para o Brasil no século XXI. O recente consenso científico sobre o impacto do aquecimento global aponta obstáculos que o país tem de começar a enfrentar desde já. Caso contrário, as conseqüências podem ser devastadoras. Uma boa comparação é o estado febril em uma pessoa. Um aumento de 2 graus Celsius provoca várias perturbações no funcionamento do organismo humano. Os batimentos cardíacos ficam mais lentos e a transpiração aumenta. Se a elevação for de 5 graus, torna-se grave. Com uma febre de 42 graus, como na malária, a pessoa sofre convulsões. Pode até morrer. Com o planeta, acontece algo semelhante. Segundo os cientistas, se a temperatura sobe 2 graus, sistemas de chuvas e secas já se alteram, mas as formas de vida que conhecemos ainda conseguem se adaptar. Com uma elevação de 5 graus, o clima da Terra entra em colapso. Isso exterminaria a agricultura e a pecuária em boa parte das zonas tropicais, inundaria cidades litorâneas e tornaria freqüentes os furacões em quase todos os oceanos, inclusive o nosso Atlântico Sul.

SOB AS ONDAS
Simulação de como ficaria a zona sul do Rio de Janeiro se o nível do mar
subisse 12 metros. Pesquisadores dizem que isso poderia ocorrer, no fim
do século, com o derretimento da Groenlândia e de parte da Antártida

Esse cenário preocupante é resultado de uma alteração na atmosfera da Terra. Um conjunto de gases - principalmente o carbônico - regula a quantidade de calor do Sol absorvida pela Terra. A queima de combustíveis fósseis e das florestas vem lançando quantidades inéditas desses gases na atmosfera. Hoje, sua concentração é duas vezes maior que s a dos últimos 650 mil anos. Nesse intervalo de tempo, a Terra atravessou meia dúzia de eras glaciais e esquentou entre elas. Mas o calor que virá agora pode ser maior que o de qualquer desses períodos. O aquecimento já começou. Em 1905, quando a atividade industrial era menor, a temperatura média do planeta era de 13,78 graus Celsius. Hoje, está em torno de 14,50 graus. Até o fim do século, vai crescer para algo entre 16,50 e 19 graus - numa estimativa conservadora.

O prognóstico oficial sobre as conseqüências práticas de um mundo mais quente será divulgado na semana que vem por um painel de cientistas, o IPCC. Coordenado pela Organização das Nações Unidas (ONU), ele concentra uma elite de 2.500 dos principais pesquisadores de mudanças climáticas. Esse comitê, formado em 1988, atualiza as informações sobre o clima e suas conseqüências. Ele avalia milhares de estudos e deles extrai o que há de consenso científico. No início de fevereiro, o IPCC divulgou as previsões sobre aumento de temperatura da Terra. Na semana que vem, um grupo de pesquisadores representantes dos 130 países que integram o painel, reunidos em Bruxelas, na Bélgica, vai descrever como essas mudanças climáticas afetam cada país.

O Brasil deverá sofrer bastante. Estudos realizados por pesquisadores nos últimos meses já revelam o que pode acontecer com nosso país. ÉPOCA ouviu 12 dos principais cientistas que descrevem os impactos sobre nossa geração e a de nossos filhos. Não são previsões infalíveis. Se há praticamente consenso sobre a gravidade do aquecimento global, os cientistas divergem ao especular sobre seus impactos (leia a reportagem à página 72). Apesar do grau de incerteza, essas pesquisas vão nortear as adaptações necessárias para sobrevivermos nesse novo mundo. A seguir, apresentamos as principais ameaças ao Brasil e um levantamento inédito do que deve ser feito para reduzir seu impacto.

NA ROTA DOS FURACÕES

A primeira cena que vem à cabeça quando que se fala em aquecimento global são cidades submersas pela elevação do nível do mar. A imagem da zona sul do Rio de Janeiro alagada é uma possibilidade, mas, se isso ocorrer, dificilmente será antes de 2100. O futuro das casas litorâneas depende do comportamento imprevisível das grandes geleiras da Groenlândia e da parte ocidental da Antártida. Algumas pesquisas mostram que as fraturas na capa de gelo podem provocar um desmoronamento em larga escala, com centenas de quilômetros de extensão, numa questão de meses, a qualquer momento. Se isso acontecer, o nível do mar poderá subir até 12 metros. A melhor comparação é o que houve 125 mil anos atrás, antes da última era glacial. A temperatura da Terra estava em um nível equivalente ao que pode ser atingido no fim deste século. Naquele tempo, a redução dos gelos polares fez o mar subir até 6 metros. Isso bastaria para que as ondas chegassem ao 2o andar de prédios no litoral.

As previsões mais moderadas para o país sugerem a elevação de 58 centímetros no nível do mar. Isso já poderia provocar ressacas mais intensas. "Nesse caso, o mar fica com ondas de 3 metros em cima de uma elevação de até 1,5 metro", afirma Claudio Freitas Neves, pesquisador do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da UFRJ. "Apesar de o mar retroceder depois de algumas semanas, o estrago seria grande", diz Neves. Essas ressacas podem aumentar a erosão em uma grande faixa litorânea do país, acabando com boa parte das praias. Um estudo do Inpe alertou sobre a possibilidade de esse processo causar prejuízos a 42 milhões de pessoas que vivem na costa. Os pesquisadores também chamam a atenção para a possibilidade de ocorrência de ciclones e furacões no Sul e Sudeste, como o furacão Catarina, que assolou o Sul do país em 2004. Esses eventos podem chegar ao litoral de São Paulo e ao do Rio de Janeiro.

O QUE FAZER
Para lidar com isso, o Brasil vai ter de comprar ou desenvolver sistemas de alerta contra furacões, como os usados pelos Estados Unidos e pelo Japão. É uma forma de retirar a população quando a tempestade se aproxima e reduzir, pelo menos, as mortes. Também será preciso investir em estudos sobre o litoral. Um dos principais obstáculos das projeções sobre elevação do nível do mar é a falta de um mapa cartográfico da costa brasileira. "Não sabemos aonde o mar vai chegar, pois não temos dados precisos da topografia de nossas praias", diz Neves. O pesquisador afirma que a grande maioria de cidades e portos brasileiros - como o de Santos e o do Rio - não tem marcações no chão, chamados de marcos topográficos, para assinalar as elevações no solo. "Sem esses números, é impossível pesquisar", diz Freitas.

MEIA FLORESTA AMAZÔNICA

O desaparecimento completo da floresta está entre as previsões mais pessimistas. Isso pode acontecer se a temperatura média da região aumentar mais de 5 graus. E essa elevação pode chegar a 8 graus. "Seria um caminho sem retorno", diz Carlos Nobre, climatologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A previsão mais aceita para a região é um aumento de temperatura de cerca de 3 graus até 2100. Nobre afirma que, nessa simulação, a floresta perderia mais da metade de sua cobertura original. "Pode acontecer uma união entre a grande savana da Venezuela e a parte central do Brasil", diz. Seria um campo com algumas árvores, mas dominado por arbustos e capim, bem menos imponente que a floresta atual.

ALAGAMENTO
Motoristas em um túnel alagado em São
Paulo. Esta cena pode se tornar mais
comum, com o aumento de temporais
no Sudeste

Um estudo realizado em dez anos pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) encontrou algumas pistas sobre como a floresta desapareceria. Segundo o biólogo Daniel Nepstad, coordenador do estudo, a temperatura elevada aumenta os períodos de estiagem. A queda na umidade natural da floresta acaba com o vapor de água da transpiração das plantas, que protege as árvores das queimadas. A vegetação fica mais exposta ao fogo. Como o fogo agrava a seca, cria-se um ciclo de destruição. O baixo nível dos cursos da água pode deixar grande parte da população local com problemas de transporte e alimentação. O desaparecimento de metade da Floresta Amazônica também pode reduzir em até 35% a umidade nas regiões Sul e Sudeste do país, afetando os ciclos de chuvas.

O QUE FAZER
Salvar a floresta depende de algumas ações preventivas. A primeira delas é a criação de mais unidades de conservação, como reservas e parques ecológicos, para conter o fluxo devastador. As pesquisas do Ipam concluíram que a porção mais importante a ser preservada é o sudeste da floresta, entre os Estados do Pará e do Maranhão. "Essa região é fundamental para garantir a umidade, responsável pelas chuvas em toda a Região Norte", afirma Nepstad. Uma segunda ação seria o reflorestamento, com espécies nativas, das áreas já degradadas. "É uma forma de criar um mecanismo para capturar carbono e ao mesmo tempo restabelecer a umidade na região", diz ele. Essas árvores também podem ser utilizadas pela indústria de celulose e nas siderúrgicas. O reflorestamento poder ser intercalado com sistemas de exploração da madeira nativa, a partir de práticas não-predatórias. Mas a ação mais importante é a criação de programas para acabar com a utilização do fogo para limpar o solo. São essas queimadas que saem do controle e carbonizam florestas já fragilizadas. "Sem o combate ao uso do fogo, não há como conservar a Amazônia", diz Nepstad.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Aquecimento Global



Reprodução da geleira Upsala na Argentina. Acima 1928 e abaixo  2004. Cientistas disseram que estão desaparecendo 200 metros a cada ano.

Reprodução da geleira Upsala na Argentina. Acima 1928 e abaixo 2004. Cientistas disseram que estão desaparecendo 200 metros a cada ano.

A partir de hoje, o mundo está com as atenções voltadas para a cidade de Copenhague (Dinamarca). A cidade foi transformada na capital mundial do clima para receber a maior Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP 15) que reunirá os líderes de vários países do mundo. Com objetivo de tomarem medidas para evitarem as mudanças climáticas e o aquecimento global, a COP 15 pretende definir a meta para redução da emissão de gases do efeito estufa até o ano de 2020.

Não é raro acompanharmos nas TV´s, rádios, jornais e revistas as mudanças e catástrofes climáticas que ocorrem mundialmente. O aumento da emissão de gases poluentes derivados da queima de combustíveis fósseis na atmosfera (gasolina, diesel, etc.), o desmatamento e as queimadas são alguns dos principais fatores que colaboram para o aquecimento global.

Já suas consequências são devastadoras, causando desertos cada vez maiores, furacões e ciclones, aumento do nível dos oceanos e temperaturas cada vez mais elevadas.

Durante os próximos 14 dias, na conferência COP 15, serão tomadas decisões que poderão afetar completamente a vida da população mundial. Espera-se que cheguem a um acordo que permita determinar a redução da emissão de gases do efeito estufa e consequentemente limite o aumento da temperatura global.

Acompanhe a cobertura da Conferência no site da BBC Brasil, no portal Veja e não esqueça: você também pode colaborar para diminuir o impacto ambiental. Basta adotar pequenas ações diárias como diminuir o uso de sacolas plásticas, diminuir o tempo no banho e desligar aparelhos eletrônicos quando não estão sendo utilizados.

sábado, 13 de março de 2010

Está na hora de apagar as luzes por 60 minutos para salvar o planeta

No sábado, 27 de março, entre 20h30 e 21h30 (hora de Brasília), acontece em todo o mundo a Hora do Planeta, que durante 1 hora desde as mais simples residências aos maiores monumentos irão apagar suas luzes para deixar claro aos líderes mundiais a preocupação com o aquecimento global.


Qual a diferença entre efeito estufa, aquecimento global e o buraco na camada de ozônio ?


Esses três são fenômenos distintos, mas muito confundidos.

O efeito estufa é um processo natural da Terra, que garante que o calor gerado pela luz do Sol fique preso no planeta, mantendo uma temperatura agradável e adequada à manutenção da vida. O fenômeno é causado por uma camada de gases, os chamados "gases do efeito estufa", como o dióxido de carbono (CO2), que agem como um “cobertor”, segurando o calor por aqui.

O aquecimento global é uma intensificação do efeito estufa, causada pelo acúmulo desses gases na atmosfera, devido ao aumento das emissões causado pela ação humana ao longo dos séculos (principalmente após a Revolução Industrial).

O buraco na camada de ozônio é um problema completamente diferente, causado por outros gases. A camada de ozônio absorve os raios ultravioletas do Sol e é destruída pela emissão de gases CFC, que eram usados em geladeiras e condicionadores de ar até o advento do Protocolo de Montreal, que proibiu seu uso. Apesar de ser um problema diferente, os CFCs ligados ao buraco também contribuem para mudanças no clima, porque também são gases-estufa.

O aquecimento global não pode ser um fenômeno planetário natural?

Muito provavelmente não. Muitas pesquisas têm sido feitas nos últimos anos para verificar se não seria esse o caso, mas hoje os cientistas têm mais de 90% de certeza de que as mudanças climáticas têm como principal causa as emissões de gases como o dióxido de carbono pela atividade humana.

Essa certeza foi afirmada no relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), órgão da ONU responsável por assuntos relacionados ao clima, divulgado em fevereiro.

O aquecimento global não pode ser culpa do Sol?

Alguns cientistas, como o russo Khabibullo Abdusamatov, do Observatório Astronômico de São Petersburgo, acreditam nisso. Mas a imensa maioria dos pesquisadores do assunto discorda. Para Abdusamatov, o aquecimento planetário observado nos últimos 50 anos é fruto pura e simplesmente de uma intensificação da atividade solar.

Um estudo publicado na revista científica “Nature” em setembro de 2006, no entanto, afirmou que o impacto da radiação solar nas mudanças climáticas da Terra é muito pequeno. Nesse trabalho, feito pelo Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas de Boulder, os cientistas comparam a variação na atividade solar com os registros climáticos dos últimos séculos e concluem que a influência do Sol foi muito pequena para ser levada em conta.

O aquecimento global vai inundar as cidades litorâneas?

O aumento da temperatura planetária pode derreter geleiras dos pólos Norte e Sul. Com isso, o nível do mar deve subir, o que ameaça cidades costeiras e ilhas.

Essa elevação não será de um instante para o outro nem será de muitos metros inicialmente, como em um grande tsunami, então ninguém que mora no Rio de Janeiro ou em Salvador precisa ficar preocupado com morrer afogado de repente. Mas isso não quer dizer que esse fenômeno será lento o suficiente para ninguém ligar pra ele. Ilhas na Oceania já estão registrando perda de território pelo avanço do mar.

O maior problema da elevação para o Brasil não está tanto nas cidades, mas fora delas. Áreas urbanas têm infraestrutura para se proteger. Elas podem, por exemplo, construir diques, como os das cidades holandesas. O complicado deve ser fazer o mesmo para ecossistemas nativos, como por exemplo, os manguezais.

O aquecimento global transformará o planeta em um grande deserto?

Não. O aquecimento global é um aumento na temperatura média do planeta. Não significa que todas as regiões terão verões de 40 graus. O aquecimento global gerará mudanças no clima de diversas regiões de maneiras diferentes.

O Nordeste brasileiro e boa parte da África realmente devem se preocupar com a desertificação. Mas outras regiões, por exemplo no Canadá, devem passar a ter um clima bastante agradável e propício à agricultura. A Amazônia não deve se desertificar , mas pode perder boa parte de sua biodiversidade e deixar de ser uma floresta tropical e se transformar em um grande cerrado.

O aquecimento global é irreversível?

Muito provavelmente, sim. Mesmo se pararmos completamente de emitir carbono agora, alguma mudança climática, mesmo em menor grau, será inevitável pelas próximas décadas.

O que os cientistas ainda debatem é se já passamos do chamado “ponto de não retorno”, o ponto em que mesmo parando as emissões, mudanças climáticas catastróficas não poderão ser evitadas. Se passarmos desse momento, todo o planeta entrará em desequilíbrio, com solos congelados e calotas polares derretendo.

Na maioria, o que eles defendem é que as emissões de gases do efeito estufa precisam diminuir imediatamente, e novas tecnologias que aumentem a eficiência energética precisam ser mais usadas para evitar que esse ponto seja alcançado.

O Brasil tem culpa no cartório?

Tem. Apesar de ser um país em desenvolvimento, que historicamente emitiu muito menos carbono do que as nações industrializadas do Hemisfério Norte, o Brasil é um dos que mais contribui para o aquecimento global. O motivo? As queimadas na Amazônia, que liberam dióxido de carbono em grandes quantidades na atmosfera.

Vamos ter mais furacões como o que atingiu Santa Catarina em 2004?

É difícil prever com exatidão, mas as tempestades devem ganhar força, principalmente na América Central, mas também no Brasil. O sul do país já está experimentando alguns dos efeitos do aquecimento global, com ressacas do mar mais intensas. A tendência é que todos os eventos climáticos extremos aumentem em freqüência.

Por que o etanol é considerado um aliado contra o aquecimento global?

O etanol não é um combustível “mais limpo” que a gasolina, porque ele também emite dióxido de carbono (CO2, o gás carbônico). A grande diferença é que o crescimento das plantas que são usadas para produzir o etanol absorve esse gás. Ele se enquadra no chamado “ciclo curto” do carbono.

O “ciclo curto” é o que envolve todo o carbono biológico em circulação, ou seja, aquele que é produzido e absorvido por seres vivos. Seres humanos respiram oxigênio e liberam gás carbônico. Plantas absorvem esse gás carbônico e liberam o oxigênio. É uma troca.

Quando se planta cana para produzir etanol, essas plantas vão absorver gás carbônico. Então, quando a queima do etanol libera o gás, as coisas se completam. O ciclo se fecha e não sobra carbono para ficar na atmosfera.

A gasolina vem do petróleo, uma fonte de carbono que estava há milhões de anos no subsolo. A formação do petróleo faz parte do chamado “ciclo longo” do carbono e surge a partir da decomposição de compostos orgânicos. Ao queimar petróleo, nós liberamos carbono que vai demorar outros milhões de anos para ser reabsorvido. Esse carbono “extra” fica na atmosfera, e causa o aquecimento do planeta.

Por que as fontes de energia limpa, como energia solar e eólica, não são mais usadas?

Basicamente, porque elas ainda não são eficientes o suficiente para serem usadas em larga escala. Elas são muito úteis em pequenas comunidades, onde a rede elétrica convencional não chega. Mas para alimentar cidades ou indústrias, elas não são competitivas o suficiente.

É preciso mais desenvolvimento tecnológico para elas serem usadas em larga escala.

Aquecimento muda hábitos de corujas

Bando de mais de vinte corujas se instalou em árvores no centro da cidade da Romênia.
Conduta é absolutamente incomum para aves que costumam fugir de humanos.

Um bando de mais de vinte corujas se instalou em árvores no centro da cidade de Alexandria, sul da Romênia, informou a Agência para a Proteção do Meio Ambiente, que relaciona o insólito comportamento das aves ao aquecimento da atmosfera.


"É uma conduta absolutamente incomum", declarou à imprensa o porta-voz da agência, acrescentando que as temperaturas, altas para o inverno europeu, podem ter perturbado as corujas, que normalmente fogem da presença humana.

A agência afirmou que, na Romênia, as corujas são aves de rapina noturnas maiores, fogem dos lugares povoados e vivem em locais desabitados parte baixa do rio Danúbio, assim como em áreas de planície onde há muitos numerosos.

A presença das aves no centro de Alexandria pode ser explicada pela destruição de seu habitat natural e pelas temperaturas de até 19 graus centígrados, muito altas para a época do ano, registradas no sul do país este mês.

Aquecimento global gera pressão nos EUA

Multinacionais e ONGs ambientalistas pedem ação do governo.
Grupos querem estabelecimento de metas de controle de emissão de CO2.

Multinacionais se uniram na organizações ambientalistas nos Estados Unidos para pedir a intervenção do estado na economia e o controle das emissões de gases de efeito estufa.

A estranha confabulação de interesses é parte de um movimento nos EUA a favor de medidas para deter a mudança climática, após anos de negligência governamental.

Os máximos diretores de dez das maiores empresas do país, incluindo Alcoa, BP América, Dupont, Duke Energy e Lehman Brothers, fizeram todos os esforços possíveis para rejeitar a posição do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que acredita que os limites às emissões prejudicarão os níveis de emprego.

O estabelecimento desses limites, e a criação de um mercado de carbono, como o existente na Europa, "despertarão o espírito empreendedor dos Estados Unidos".

"O povo introduzirá inovações quando as regras que regerão o mercado no futuro estiverem claras", disse Jeffrey Immelt, presidente-executivo da General Electric.

A coalizão pediu que os EUA, o maior emissor de gases estufa do mundo, diminua, em até 15 anos, o volume que sai de suas chaminés e canos de escape para entre 70% e 90% dos níveis atuais.

Diante da passividade do governo federal sobre a questão, a Califórnia aprovou em 2006 uma lei que obriga a reduzir as emissões em 25% para 2020, e oito estados formaram um pacto para limitar os gases e estabelecer um mercado de carbono.

Até mesmo alguns líderes da base religiosa do Partido Republicano lançaram a "Iniciativa Climática Evangélica", que pede à Casa Branca que atue.

Bush parece ter ouvido o clamor, e na terça-feira dedicará grande parte do seu discurso sobre o estado da União ao anúncio de uma nova estratégia para responder ao aquecimento global e à dependência energética, informou a Casa Branca.

Falar do tema já é um avanço em relação à posição inicial de seu Governo, que retirou a assinatura do seu antecessor, Bill Clinton, do tratado de Kyoto, que estabelece limites por países para a emissão de gases que provocam o efeito estufa.

Essa medida foi um grande revés para o combate ao problema, pois os Estados Unidos, com 5% da população mundial, são a fonte de 25% desses gases nocivos.

Bush promoveu programas voluntários de redução da poluição, mas sempre se opôs a limites obrigatórios, sob o argumento de que prejudicariam a economia.

No entanto, para algumas empresas, esse argumento não procede. Jim Owens, que dirige a Caterpillar, o maior fabricante de equipamentos de mineração e de turbinas industriais do mundo, disse que o que prejudica a sua empresa é a existência de leis diferentes em cada país onde opera, e em cada estado dos EUA.

O que deseja, segundo explicou, são regras internacionalmente aceitas, de modo que possa tirar o maior proveito de seus investimentos para reduzir a poluição dos seus motores.

Por sua parte, Jeffrey Sterba, presidente da PNM Resources, uma distribuidora de eletricidade do Novo México, se queixou de que, ao não participarem do protocolo de Kyoto, os EUA estão ficando para trás em relação à Europa e à Ásia no desenvolvimento de tecnologia para energia nuclear e eólica.

O apoio a medidas de cumprimento obrigatório para evitar a liberação de dióxido de carbono não vem apenas dos interesses econômicos.

Segundo Jonathan Lash, presidente da organização ambientalista World Resources Institute, os americanos perceberam que o aquecimento global é real, após desastres como o furacão Katrina, que atingiu Nova Orleans há um ano e meio.

O aumento do poder de destruição dos furacões parece estar associado ao aquecimento das águas do Pacífico.

Outro fator de influência, segundo Lash, é que "milhões de pessoas" assistiram ao documentário sobre a mudança climática do ex-vice-presidente Al Gore, "Uma verdade inconveniente".

Para desgosto da Casa Branca, o filme pode ser indicado ao Oscar nesta terça.

Aquecimento global já chegou, diz estudo

Estudo que envolveu 1.200 cientistas diz que o fenômeno já começou.
Trabalho promete trazer "uma explosão de novos dados".




O aquecimento global provocado por atividade humana já chegou -- visível no ar, na água, nas geleiras que desaparecem -- e ficará muito pior no futuro, dirá um importante relatório científico que deve ser divulgado na próxima semana. "A prova incontestável está sobre a mesa no momento em que falamos", afirmou o especialista americano Jerry Mahlman, que revisou as 1.600 páginas da primeira etapa do relatório de quatro partes. "A evidência é conclusiva".

A primeira fase do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança climática (IPCC) será lançado na próxima semana, em Paris. Este segmento, redigido por mais de 600 cientistas, revisado por outros 600 e editado por especialistas de 154 países, inclui "uma discussão significativamente expandida da observação do clima", disse uma das responsáveis pela organização do trabalho, Susan Solomon, da Administração Nacional de Oceano e Atmosfera (NOAA) dos EUA.

Ela e outros cientistas realizaram uma conferência telefônica sobre o texto. O relatório trará "uma explosão de novos dados" sobre as observações do aquecimento global atual, disse Solomon. Ela e os demais cientistas não entraram em detalhes sobre o quê, exatamente, o relatório diz. Eles afirmam que um resumo de 12 páginas, contendo sugestões para os formuladores de políticas públicas, será editado em segredo por representantes de diversos governos, e divulgado para o público em 2 de fevereiro. O restante do primeiro relatório, com o conteúdo científico propriamente dito, sairá meses mais tarde.

O relatório completo será apresentado em quatro etapas ao longo do ano, como ocorreu com o primeiro trabalho do IPCC, divulgado em 2001. Em novembro, o chefe do IPCC, Rajendra K. Pachauri, havia dito que o texto de fevereiro terá "evidências muito mais fortes de ação humana na mudança climática que vem ocorrendo". Um rascunho prévio do texto afirmava que "um corpo de evidência cada vez maior sugere uma influência humana perceptível em outros aspectos do clima, como gelo marítimo, ondas de calor e outros eventos extremos, circulação, tempestades e precipitação". A temperatura média global subiu cerca de 0,7º C entre 1901 e 2005. Os dois anos mais quentes já registrados foram 1998 e 2005.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Especial Meio Ambiente: aquecimento global, terremotos, furacões, enchentes, secas e muito mais

Terremotos, vulcões, tsunamis, furacões, tufões, ciclones, enchentes, secas, calor e frio excessivos, são apenas alguns dos fenômenos naturais que nos últimos anos têm se intensificado em nosso planeta. Seria um grito de socorro da Terra? Uma vingança da mãe natureza? Sinais dos tempos? Ou apenas fenômenos normais que sempre aconteceram e continuarão acontecendo no decorrer da história?

Muitas destas catástrofes naturais ocorrem desde sempre, mas o fato é que com a destruição causada pela humanidade, esses fenômenos têm aumentado tanto em quantidade quanto em intensidade, deixando muita gente atemorizada com o que pode acontecer no futuro. Essa consciência ambiental começou a se disseminar principalmente no final do século XX, quando tornou-se frequente a divulgação de cenários pessimistas, por parte de cientistas, em relação ao aumento do aquecimento global e suas consequências. Desde então vários encontros entre dirigentes das nações foram realizados para a discussão sobre o clima, e para a assinatura de acordos que ajudariam na preservação em nível regional, nacional e global.

As Nações Unidas declararam que 2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade. Essa declaração leva em consideração que um número crescente de espécies estão ameaçadas de extinção pela perda de habitat, pela caça e pelas mudanças climáticas. Sendo assim, os esforços de conservação tornam-se cada vez mais urgentes e necessários. Como brasileiros temos uma grande responsabilidade neste projeto, uma vez que o Brasil é o primeiro país em biodiversidade do mundo.

Acontecimentos recentes tais como terremoto no Chile (2010), terremoto no Haiti (2010), tsunami na Indonésia (2004) e onda de calor na Europa (2003), mostraram a intensidade destes fenômenos naturais, que tornaram-se verdadeiras catástrofes. Roberto C. P. Júnior(1), em um artigo, afirma que "todos esses fenômenos da natureza vêm crescendo de maneira ininterrupta. De acordo com a ONU, o número de catástrofes naturais no mundo vêm aumentando nos últimos trinta anos numa taxa média anual de 6%." Ainda de acordo com ele, esse acúmulo de sinais da natureza é algo que nunca havia ocorrido antes no planeta.



O jornalista Peter Moon, em um artigo publicado na revista "Isto É" em fevereiro de 1995, fala sobre as principais catástrofes que eclodiram no planeta nos últimos anos. Em sua lista constava ocorrências de terremotos, enchentes, erupções vulcânicas, ciclones, secas, incêndios, com todo o número de mortos e de desabrigados, e ainda mencionava o buraco na camada de ozônio e o efeito estufa. O título da matéria era "Deu a louca no mundo. Nunca tantos desastres naturais mataram tanta gente em tão pouco tempo." Num trecho da matéria, Peter Moon dizia: "De alguns anos para cá, parece que as forças da natureza resolveram se revoltar contra o homem, incapaz de encontrar meios em sua civilização tecnológica para deter os caprichos da mãe Terra."(1)

Para os cristãos, esse aumento de catástrofes indica que estamos vivendo "os sinais do fim dos tempos". De acordo com a Bíblia(2), esses eventos já eram previstos. Certa vez os discípulos de Jesus chegaram a ele e perguntaram: "dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?". Dentre vários sinais, Jesus disse: "haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares" (Mateus 24:3,7). Outro evangelho, agora o de Lucas (21:11), narra: "...haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu." Ainda falando sobre sua segunda vinda ao mundo Jesus diz em Lucas 21: 25-27: "E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas. E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória." De fato, o que a Bíblia diz têm se cumprido nos últimos anos, basta assistirmos os noticiários para ver a sequência de sinais profetizados pelo livro sagrado.

Fenômenos apocalípticos ou não, não podemos simplesmente ficar de mãos cruzadas enquanto o mundo é destruído. Podemos através de simples atitudes, se não mudar o mundo, mudar pelo menos o nosso mundo, e o das pessoas que estão ao nosso redor. A partir de hoje você deverá se posicionar, ficará do lado da preservação ou da destruição? Se escolher o melhor lado você deverá tomar algumas atitudes, tais como: preferir andar de a pé, ou de bicicleta, ou de ônibus; reciclar o lixo; não poluir as ruas e rios; gastar menos energia elétrica; não desperdiçar água; evitar as queimadas; utilizar produtos reciclados; comprar apenas de empresas realmente comprometidas com o meio ambiente e a sociedade; além de outras ações que achar relevantes para a conservação dos recursos naturais, e preservação da biodiversidade.

Aquecimento Global causa terremoto no chile e mata mais de 300 pessoas , e é sentido no PR

O terremoto de 8,8 graus de magnitude que atingiu a região central do Chile na madrugada deste sábado (27) deixou mais de 300 mortos até agora, disse a diretora do Escritório Nacional de Emergência (Onemi, na sigla em espanhol), Carmen Fernández. Nesta tarde, um forte abalo assustou moradores de Santiago, e foi considerado mais uma das várias réplicas.

O Chile já registrou 58 réplicas do forte terremoto desta madrugada, algumas delas superiores a 6 graus na escala Richter, segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS, em inglês). A maioria dos sismos teve epicentro em Bío-Bío, Maule e Valparaíso, e seis deles foram de 6 ou mais graus de magnitude.

Reuters

Reuters / Terremoto no Chile causa destruição de carros e viaduto

Terremoto no Chile causa destruição de carros e viaduto

Envie seu relato sobre o forte terremoto no Chile

Seu texto ou imagem poderá ser publicado pela redação da Gazeta do Povo.

O primeiro terremoto, de cerca de um minuto de duração, ocorreu às 3h34 (horário local de verão, o mesmo de Brasília) e estremeceu prédios na capital, Santiago, a 325 km de distância. Várias regiões da cidade ficaram sem energia e muitos chilenos, com medo, saíram às ruas. O tremor foi sentido inclusive no Brasil, em São Paulo.

O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de São Paulo informaram que receberam chamados para verificar pequenos tremores em vários bairros da capital paulista.

O tremor sacudiu a capital Santiago por um minuto e meio e desencadeou um alerta de tsunami no Pacífico. No período de duas horas e meia após o abalo, que durou 90 segundos, o centro de pesquisa geológica dos EUA registrou outros 11 tremores, cinco dos quais medindo 6,0 graus ou mais.

Alertas de tsunami foram disparadas numa área ampla, que inclui Chile, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Antártida e Austrália. "Tivemos um grande terremoto, com alguns abalos depois", disse Bachelet, pedindo calma à população. "Apesar disso, o sistema está funcionando. As pessoas devem continuar calmas. Estamos fazendo o possível, com todas as forças que temos. Qualquer informação será compartilhada imediatamente."

Diversos hospitais foram evacuados por causa dos estragos do terremoto, disse a presidente, e a comunicação com Concepción continua cortada. Bachelet planeja viajar pelas regiões afetadas tão logo quanto possível, para ter uma ideia melhor dos estragos.

O maior terremoto da história atingiu essa mesma área do Chile, em 22 de maio de 1960. O tremor, de magnitude 9,5, matou 1.655 pessoas e deixou 2 milhões desabrigadas. O tsunami provocado por esse abalo provocou mortes no Havaí, Japão e Filipinas e também causou danos na costa oeste dos EUA.

CHILE: Terremoto mata 82 pessoas e põe em alerta máxima de tsunami países do Pacífico 28 Fevereiro 20

“Um terremoto de magnitude 8.8 graus na escala de Richter atingiu na madrugada de hoje sábado, 27, o centro-sul do Chile. Já contabilizaram pelo menos 82 pessoas mortas. Foi decretado estado de catástrofe no país e coloca em estado de alerta máxima os países do Oceano Pacífico para a formação de tsunamis e ondas gigantes”, informou a presidente chilena, Michelle Bochelet.

O terremoto teve seu epicentro a 90 km de Concepción, cidade com meio milhão de habitantes, situada 500 km a sul da capital, Santiago, segundo informações da televisão estatal chilena. A ponte da cidade, construída sobre o rio Bio Bio, ficou destruída.

“Há uma informação de que ondas gigantes poderão chegar nas próximas hora na Ilha de Páscoa. Razão pela qual, as pessoas que estão nas zonas baixas estão sendo levadas para zonas mais altas”, disse a presidente.

Segundo autoridades locais, até 24 horas após o tremor, pode haver ondas gigantes na Austrália, na Nova Zelândia e em regiões costeiras na Ásia. Na Polinésia Francesa, já foi dado alerta para tsunamis nas Ilhas Gambier, no Taiti e em Bora Bora. "O perigo continua até pelo menos duas horas após a primeira tsunami. Nessas regiões, as pessoas estão sendo aconselhadas a ir para regiões elevadas", acrescentam.

O centro de alerta no Pacífico informou que: “neste sábado a onda formada após o terremoto no Chile, deve atingir também ilhas no Hava”. Em nota distribuída a imprensa, o centro alertou que: "acções urgentes precisam ser tomadas para proteger vidas e patrimónios".

Uma tsunami é uma série de ondas longas. Cada crista de onda pode durar entre 5 e 15 minutos e inundar fortemente áreas costeiras. O perigo pode persistir por várias horas depois da onda inicial, com a ocorrência de ondas subsequentes. A altura de tsunamis não pode ser prevista e a primeira onda pode não ser a mais alta de uma série.

Ondas tsunami podem facilmente envolver ilhas, afectando toda a linha de costa. Ou seja, toda a costa está em risco, não importando para qual direcção esteja voltada. O recuo das águas causado por um tsunami pode expor temporariamente o leito marinho, mas a área rapidamente será inundada depois disso.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O Aquecimento Global agravará as catástrofes geológicas

O Aquecimento Global agravará as catástrofes geológicas


Cientistas de todo o mundo reuniram-se em Londres para debater os resultados das suas investigações sobre os efeitos das Alterações Climáticas na geologia da Terra e alertam que o Aquecimento Global pode intensificar as catástrofes geológicas.

No passado a actividade geológica, em particular, a vulcânica, foi responsável por grandes alterações a nível climático, mas os cientistas acreditam que o inverso também é possível. Vulcanologistas, sismólogos, glaciólogos, climatólogos estudam agora o passado, em particular o fim da última era glaciar, há 12 000 anos, para tentar prever as mudanças futuras relacionadas com as Alterações Climáticas.

Nos últimos 3 dias estiveram reunidos numa conferência em Londres os investigadores que estudam os efeitos das alterações climáticas sobre os riscos geológicos.

Segundo Bill McGquire da University College London, que organizou o evento “O clima não afecta apenas a atmosfera e os oceanos mas também a crosta terrestre. Os terramotos, as erupções vulcânicas, os deslizamentos de terras e os tsunamis podem tornar-se mais frequentes à medida que o Aquecimento Global causa alterações na crosta terrestre.

Por exemplo, as Alterações Climáticas provocam a fusão do gelo do permafrost, o que pode levar à libertação de enormes quantidades de metano armazenadas debaixo desse gelo, quantidades essas que podem ser superiores à concentração de CO2 que existe na atmosfera actualmente.

Por outro lado, “Quando o gelo derrete, a crosta terrestre ressalta e origina sismos, que podem despoletar deslizamento submarinos que causam tsunamis”, afirmou McGuire.

Segundo David Pyle, da Universidade de Oxford, as pequenas alterações na massa da superfície terrestre afectam a actividade vulcânica em geral, não apenas em zonas em que o gelo recua depois de uma época fria.

Um fenómeno descoberto recentemente e que pode ter efeitos devastadores diz respeito aos “terramotos glaciares”, em que gigantescas massas de gelo se despenham em deslizamentos massivos causados pela infiltração da água. “As nossas experiências demonstram que os terramotos glaciares podem gerar tsunamis mais poderosos que os terramotos submarinos de magnitude semelhante” afirma Tony Song, investigador da NASA, que acrescenta “ Algumas regiões de latitudes elevadas como o Chile, a Nova-Zelândia e a Terra Nova no Canadá estão particularmente em risco”. Segundo o cientista as camadas de gelo parecem estar a desintegrar-se muito mais rapidamente do que se pensava e os tsunamis causados por terramotos tem uma “baixa probabilidade [de ocorrência] mas um grande risco”.

Os cientistas são cautelosos alertando para que muitas descobertas são ainda hipóteses mas estão a reunir-se provas de que de que o mundo pode vir a deparar-se com fenómenos a uma vasta escala.

E MaGguire avisa “Na comunidade política estão completamente desinformados sobre os aspectos geológicos das alterações Climáticas”. O cientista afirma que os potenciais riscos geológicos são suficientemente alarmantes, mas constituem apenas uma pequena parte do assustador cenário que se avizinha se as emissões de CO2 não forem estabilizadas nos próximos 5 anos.

“Somado a todo o restante caos, isto seria apenas a cobertura do bolo,” afirma McGuire que acrescenta “As coisas seriam tão más que um tsunami isolado ou uma erupção não farão grande diferença”.

Aquecimento Global




É um fenômeno climático que estabelece o aumento da temperatura média da superfície terrestre. Só nesse início de século a temperatura do planeta subiu quase 2ºC, mais alta do que na década de 60. As medidas a serem tomadas para conter o avanço do aquecimento global têm sido discutidas constantemente. Alguns cientistas apontam como causa do aumento do aquecimento global o elevado nível de concentração de poluentes antropogênicos na atmosfera.

O aquecimento global vem sendo evidenciado através das altas temperaturas e a mudança brusca de temperatura em todo o mundo. Alguns estudos revelam que o aquecimento global é um elemento que agrava a força dos furacões, do derretimento das calotas polares, grandes enchentes, entre outros.

Manifestações são feitas reivindicando resultados positivos para o planeta. Uma dessas manifestações chamou a atenção de todo o mundo, foi realizada no dia 01 de fevereiro de 2007, em Paris, na França. Milhares de pessoas se reuniram diante da Torre Eiffel, esperando a divulgação oficial do estudo da ONU sobre o aquecimento global.

A torre e diversos outros monumentos foram apagados por 5 minutos, na busca de conscientizar as pessoas de que é necessário mudar a realidade do planeta, mostrando como deve ser feito e de que o exemplo deve vir de dentro de casa. A expectativa é de que os países desenvolvidos que liberam altos índices de agentes poluentes na atmosfera adiram aos acordos mundiais de preservação ambiental e diminuição de emissão de gases poluentes.

AS CONSEQUÊNCIAS DO AQUECIMENTO GLOBAL

O aquecimento global é o aumento da temperatura da superfície da Terra que influencia o regime de chuvas e secas afetando plantações e florestas. O processo de desertificação de algumas áreas e o alagamento de plantações é provável. Outro fator de risco é o derretimento das geleiras da Antártida que em ritmo acelerado aumenta o nível do mar e consequentemente irá inundar as cidades litorâneas.

A acidificação da água do mar também contribuiria para a escassez de alimento e intensificaria o processo de seca. O aquecimento global trará conseqüências lamentáveis ao planeta. Os países do sul sofrerão com a falta de água e com o calor já neste século.

Os cientistas calcularam que no sul do planeta dezenas de milhares de pessoas não resistirão ao calor. Se o aumento da temperatura for de 3º C, o número de mortos por ano será de 87 mil até 2071. Se o aumento do calor for de 2,2º C, o número de mortos baixaria para 36 mil por ano.

Em contra-partida, o norte do planeta resfriará por causa da corrente do Golfo que, com o derretimento das geleiras sofreria mudanças perdendo força e diminuindo sua capacidade de aquecer a Europa. O fato é que são inúmeras conseqüências que levaria toda uma população a sofrer exageradamente e a extinguir milhares de animais e plantas.
É preciso diminuir o desmatamento, aumentar consideravelmente o reflorestamento, suprimir o uso de aerossóis, conter a produção industrial desenfreada, preferir o consumo de produtos que não possuem gases nocivos à camada de ozônio, diminuir a altitude de aviões que lançam poluentes e diminuir a emissão de dióxido de carbono na atmosfera.

OS EFEITOS DO AQUECIMENTO GLOBAL NO BRASIL

Toda a sociedade mundial está alarmada para as conseqüências catastróficas que o aquecimento global pode provocar no mundo inteiro. A novidade agora é que entre os países mais prejudicados com o fenômeno está o Brasil. Mas o que, especificamente, pode acontecer a nós, brasileiros, por causa do aquecimento global a médio e longo prazo?

Para Heitor Matallo, membro da Convenção das Nações Unidas para o Combate da Desertificação (UNCCD), um ciclo puxa outro. Se o meio ambiente no Brasil já é degradado com desmatamento e erosão, os reservatórios de água irão diminuir, aumentando as áreas desertas, e com o avanço da temperatura global, nessas áreas será quase impossível viver normalmente em curto prazo, porém não impossível, pois o corpo humano se adapta de acordo com as necessidades. Com isso, o ecossistema dessa região ficará totalmente desequilibrado, permitindo a extinção de várias espécies de animais.

Com o degelo das calotas polares, o nível do mar irá subir. Em longo prazo, o degelo das calotas fará os oceanos subirem até 4,9 metros, cobrindo vastas áreas litorâneas no Brasil, além de provocar também a escassez de comida, disseminação de doenças e mortes. Famosas praias brasileiras como Copacabana e Ipanema podem ir pro reino de Netuno, claro, em longo prazo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atribui à modificação do clima 2,4% dos casos de diarréia e 2% dos casos de malária em todo o mundo. No nosso caso, a dengue poderá provocar uma epidemia nas regiões alagadas ou até mesmo em regiões planálticas, resultado na falta de definição das estações. Além disso, as ondas de calor, que com o fenômeno irão aumentar em proporção e intensidade, serão responsáveis por 150 mil mortes a cada ano em todo o mundo, e no Brasil isso também será realidade.

A incidência de furacões, que é praticamente inexistente no Brasil, poderá ser grande. Isso já está acontecendo aos poucos, principalmente na região Sul, como o furacão Catarina, que tinha ventos que variavam entre 118 km/h a 152 km/h.

A solução para essa preocupante história é a conscientização em massa. Desta forma, a idéia de conscientização verdadeira, de que não somos a última geração do planeta e não temos o direito de arruinar a vida dos nossos descendentes deve proliferar.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

As causas do aumento das emissões dos gases estufa

A fossilização de restos orgânicos (vegetais e animais) ocorreu ao longo da história da Terra, mas a grande quantidade preservada por fossilização ocorreu a partir do início do período Carbonífero, entre 350 e 290 milhões de anos antes do presente, em uma forma mais ou menos pura de carbono, isenta de agentes oxidantes. Este material está preservado sob a forma de carvão mineral. A partir de cerca de 200 milhões de anos começou a preservar-se o petróleo e o gás natural; estes materiais são compostos de carbono e hidrogénio. Resumindo, o carbono e o hidrogénio, combustíveis, são isolados do meio oxidante, preservando a sua potencialidade de queimar em contato com o oxigénio, produzindo vários gases do efeito estufa, sendo o dióxido de carbono e o metano os mais importantes. O metano é um gás com potencial de efeito estufa cerca de 20 vezes mais potente que o gás carbónico (dióxido de carbono). O metano é um gás, na maior parte primordial, emitido principalmente pelos vulcões de lama, pela digestão dos animais e decomposição do lixo. O metano é oxidado em regiões de vulcões de lava, tornando-se gás carbónico.

Tanto o carvão mineral quanto o petróleo e o gás natural são chamados, no jargão dos engenheiros e ambientalistas, de fontes não renováveis de energia. A energia produzida por geradores eólicos, células solares, biomassa, hidroelétricas, etc, são consideradas fontes renováveis.

A Revolução Industrial, iniciada na Europa no século XVIII, provocou a exumação do carvão enterrado há milhões de anos, em proporções gigantescas, com o objetivo de girar as máquinas a vapor recém inventadas. A produção de carvão mineral ainda é muito grande. Para se ter uma ideia do volume de carvão que necessita ser minerado no mundo, basta dizer que 52% de toda a energia elétrica consumida nos Estados Unidos são provenientes da queima de carvão mineral. Proporções semelhantes ou ainda maiores são utilizadas na China, Rússia e Alemanha. Considerando o consumo atual e futuro, calcula-se que ainda exista carvão para mais 400 anos.

Com o advento da produção em escala industrial dos automóveis, no início do século XX, iniciou-se a produção e o consumo em massa do petróleo e, de utilização mais recente, o gás natural na produção da energia elétrica, aquecimento doméstico e industrial e no uso de automóveis.

O processo da queima de combustíveis fósseis criou condições para a melhoria da qualidade de vida da humanidade, porém produz como resíduo o dióxido de carbono e outras substância químicas, também muito poluidoras.

Os gases produzidos pela queima de combustíveis fósseis seguem vários caminhos: parte é absorvida pelos oceanos e entra na composição dos carbonatos que constituem as carapaças de muitos organismos marinhos ou é simplesmente dissolvida na água oceânica e finalmente depositada no assoalho oceânico como carbonatos. À medida que estes animais vão morrendo, depositam-se no fundo do mar, retirando o carbono, por longo tempo, do ciclo geoquímico. Outra parte é absorvida pelas plantas que fazem a fotossíntese, tanto marinhas (algas e bactérias) como pelas florestas, ao qual transformam o carbono coletado da atmosfera em material lenhoso, reiniciando o ciclo de concentração e fossilização dos compostos carbonosos, se as condições ambientais locais assim o permitirem. O que interessa aqui, no entanto, é que uma parte importante do dióxido de carbono concentra-se na atmosfera.

A maior parte do aumento do dióxido de carbono ocorreu nos últimos 100 anos, com crescimento mais acentuado a partir de 1950. As melhores previsões para os próximos 100 anos (isto é, para o ano de 2100) estão sendo realizadas pelos pesquisadores do IPCC -Intergovernmental Panel on Climate Change, patrocinado pela ONU.

No melhor dos cenários, a emissão anual de CO2 no ano de 2100 será de cinco teratoneladas (1012 toneladas) de carbono, com uma concentração de 500 ppmpv (partes por milhão por volume) de CO2, um aumento de temperatura de cerca de 1,5 °C e um aumento do nível médio dos mares de 0,1 m.

Nos piores cenários (os negócios mantidos como são nos dias de hoje), a emissão anual de CO2 em 2100 será de 30 Gton, a concentração de CO2 atingirá 900 ppmpv, a temperatura média da terra estará entre 4,5 °C e 6,0 °C mais elevada e o nível médio dos mares terá subido 90 centímetros.

A temperatura aumentou em média 0,7 °C nos últimos 140 anos, e pode aumentar mais 5 °C até o ano 2100. "A emissão exagerada de gases causadores do efeito estufa está provocando mudanças climáticas. A dificuldade é separar o joio do trigo", explica Gilvan Sampaio. Existem ciclos naturais de mudanças de temperatura na Terra e é difícil entender quanto desse aumento foi natural e quanto foi consequência de ações humanas. Com o objetivo de diminuir as emissões de gases de efeito estufa, o Protocolo de Quioto, assinado por 84 países, determina uma redução de, em média, 5,2%. O debate em torno do protocolo evidenciou as diferenças políticas entre Europa e Estados Unidos, que mesmo sendo o maior poluidor do planeta não entrou no acordo. "Os europeus vêm sofrendo há décadas com as consequências da poluição, como as chuvas ácidas, e com episódios climáticos atípicos,como grandes enchentes. Os países da Europa vêm desenvolvendo alternativas não-poluentes como energia eólica,que já configuram parte importante da matriz energética de alguns deles", diz o geólogo Alex Peloggia, especialista em política internacional.